Advertisement

Alan andou lentamente pelo quarto, ajeitando os travesseiros e saboreando o raro luxo de ir para a cama no início da noite. Com uma tempestade de neve se aproximando rapidamente, o velho estava contente em se agachar e dormir durante todo o tempo, seguro e aquecido.

Quando estava prestes a se acomodar em sua cama recém-feita, a campainha da porta tocou, assustando-o. “Quem poderia ser a esta hora?”, resmungou ele, descendo as escadas. Ao abrir a porta, ele encontrou sua jovem vizinha, com o rosto pálido e ansioso.

“Sr. Rogers, há um gato em seu quintal. Deve estar congelando”, disse a doce garota, com a voz tingida de urgência. Alan agradeceu a ela e foi verificar o gato. Mas, quando se aproximou, seus passos vacilaram e seu rosto empalideceu; havia algo gelado escondido sob a barriga do gato.

Alan havia passado toda a sua vida na pacata cidade de Berkshire, um lugar que guardava todas as suas lembranças. Ele nasceu e cresceu aqui, conheceu e se casou com sua bela esposa Helen e, juntos, compartilharam 35 anos nesta mesma casa, construindo uma vida que parecia inquebrável.

Advertisement
Advertisement

Mas esse capítulo havia terminado há muito tempo. Com a ausência de Helen por mais de uma década, Alan se acostumou à solidão, preenchendo seus dias com rotina e tarefas, tendo o zumbido silencioso do relógio como sua única companhia.

Advertisement

Aos 75 anos, ele ainda era decididamente independente, teimando em cortar a própria grama e manter a casa em ordem, embora o peso da solidão permanecesse em cada canto. O inverno, entretanto, era diferente. O frio corroía seus ossos velhos, cada rajada de vento forte era um lembrete de sua fragilidade.

Advertisement
Advertisement

Com uma tempestade de neve se aproximando, conforme avisado pelas autoridades locais, Alan se apressou em fazer suas tarefas, ansioso para se retirar para o santuário de sua cama, longe do frio e da solidão que sempre parecia dura no frio.

Advertisement

Alan estava prestes a se acomodar na cama quando a campainha da porta tocou, cortando o silêncio da noite. Ele suspirou, sentindo a dor nas articulações enquanto se dirigia à porta. Lá estava a garotinha da casa ao lado, com a respiração embaçada pelo ar frio.

Advertisement
Advertisement

“Sr. Rogers, há um gato em seu quintal”, disse ela, com a voz carregada de preocupação. “Ele está lá desde a manhã e temo que vá congelar.” Alan piscou os olhos. Um gato? Em seu quintal? Ele não tinha ouvido um único som durante todo o dia, mas o medo da garota era inconfundível.

Advertisement

Alan, embora perplexo, acenou com a cabeça e agradeceu a ela. Ele fechou a porta, com o frio persistindo em seus ossos enquanto se preparava para o frio. Vestindo seu casaco mais grosso, cachecol e luvas, ele se preparou para o ataque do ar gelado.

Advertisement
Advertisement

O frio o atingiu como um soco, o vento arranhando suas camadas e penetrando em suas articulações. Cada passo era um esforço, sua respiração era expelida em rajadas de névoa enquanto ele caminhava em direção ao quintal.

Advertisement

Quando Alan se aproximou do quintal, avistou o gato, enrolado em uma bola apertada perto da cerca. Seu pelo estava emaranhado e sujo, mal se distinguindo do chão coberto de neve. Ele se aproximou, com o coração acelerado por uma mistura de preocupação e cautela.

Advertisement
Advertisement

O gato estava imóvel e poderia ser confundido com um morto se não fosse pelos sons estranhos que vinham dele. Mas quando ele estendeu a mão, a cabeça do gato se levantou, com os olhos arregalados. Um sibilo profundo e ameaçador saiu do gato, com os dentes arreganhados em um rosnado que congelou Alan no lugar.

Advertisement

A hostilidade nos olhos do animal era inconfundível – um olhar feroz e inflexível que lhe causou um arrepio na espinha. O pulso de Alan se acelerou, um lembrete nítido de como ele estava vulnerável naquele momento. Ele não podia correr o risco de se machucar.

Advertisement
Advertisement

Alan deu um passo para trás, com o coração martelando, uma mordida ou uma pata de um gato selvagem poderia ser fatal para ele. Alan hesitou, o instinto de ajudar se chocando com o perigo claro e presente. Ele se virou e voltou para dentro, com a respiração instável.

Advertisement

Alan fechou a porta atrás de si e se encostou nela, com a mente acelerada. Ele não podia simplesmente deixar o gato lá fora, no frio congelante, mas a ameaça de uma mordida ou coisa pior pairava em seus pensamentos.

Advertisement
Advertisement

Se ele se machucasse, quem estaria lá para ajudá-lo? Ele estava sozinho, sem ninguém para cuidar dele se as coisas dessem errado. A perspectiva de uma queda feia ou de uma mordida séria era mais do que apenas dolorosa – poderia ser catastrófica.

Advertisement

Ele ficou olhando pela janela, vendo os primeiros flocos de neve começarem a cair, leves no início, mas com um ritmo constante e deliberado. A visão fez seu coração afundar. Ele sabia que a tempestade só iria piorar, e o gato não teria chance no frio intenso.

Advertisement
Advertisement

A ideia de que ele morreria congelado o atormentava, apertando o nó de ansiedade em seu peito. Ele não podia simplesmente deixar isso acontecer. Determinado a não deixar que o medo o dominasse, Alan se vestiu novamente, colocando camadas extras.

Advertisement

Outro suéter, um cachecol mais grosso e até mesmo um par de luvas de jardinagem velhas, na esperança de que pudessem oferecer alguma proteção. Ele se sentia volumoso e rígido, inseguro quanto ao resultado dessa batalha. Mas não podia ficar sentado sem fazer nada.

Advertisement
Advertisement

Alan saiu mais uma vez, com o frio picando seu rosto enquanto se dirigia ao quintal. Dessa vez, ele se moveu lentamente, com cautela, mantendo distância. O gato ainda estava lá, com o corpo enrolado de forma protetora.

Advertisement

À medida que se aproximava, Alan notou que a postura do gato estava menos agressiva e mais defensiva. O assobio de antes parecia ter mudado para um miado baixo, um som que sugeria algo diferente de hostilidade absoluta.

Advertisement
Advertisement

Não estava tentando ameaçá-lo; estava guardando algo. Sua pulsação se acelerou de curiosidade. O que poderia estar escondendo? Alan respirou fundo e se aproximou, falando baixinho para acalmar o gato. “Calma… não estou aqui para machucá-lo”, murmurou, com uma voz suave, mas firme.

Advertisement

Os olhos do gato acompanharam cada movimento dele, mas dessa vez ele não sibilou. Em vez disso, ele se mexeu ligeiramente, revelando algo escondido sob sua barriga. O coração de Alan bateu forte quando ele ouviu sons fracos e estranhos – ruídos suaves e abafados que não lhe eram familiares e eram perturbadores.

Advertisement
Advertisement

O som estranho causou uma onda de pavor nele. O primeiro pensamento de Alan sobre o mistério das criaturas ocultas foi filhotes de urso. Ele morava na região dos ursos e, em invernos rigorosos, era comum que os ursos invadissem os quintais das pessoas. Será que um filhote de urso se perdeu e ficou preso em seu quintal?

Advertisement

Alan deu um passo para trás, os filhotes de urso significavam que a mamãe ursa estaria por perto e ele poderia sofrer um ataque fatal se ela o visse como uma ameaça. Ele voltou correndo para dentro de casa, com a respiração trêmula enquanto procurava o laptop. Digitou uma pesquisa frenética: Como se livrar dos filhotes de urso de seu quintal com segurança. Ele clicou no primeiro vídeo que apareceu, tentando encontrar uma solução para essa estranha situação.

Advertisement
Advertisement

Mas, à medida que o vídeo era reproduzido, os olhos de Alan voltavam para o gato do lado de fora, com os sons abafados em sua mente. Então ele se deu conta: os sons não correspondiam. Não eram os gemidos agudos dos filhotes de urso. Havia algo diferente neles, algo que não se encaixava perfeitamente.

Advertisement

Seu alívio momentâneo foi logo substituído por um medo inquietante. O que o gato estava realmente escondendo? A neve do lado de fora engrossou, e Alan sentiu o peso da urgência pressionando-o mais uma vez. O que quer que estivesse lá fora, ele precisava salvá-lo antes que a tempestade chegasse.

Advertisement
Advertisement

Alan se sentou perto da janela, com a neve se transformando em uma cortina branca constante do lado de fora. Ele sentiu uma sensação de impotência, com a urgência da situação pesando sobre ele. Sem saber o que fazer em seguida, pegou o telefone e ligou para o abrigo de animais local.

Advertisement

A mulher do outro lado da linha o ouviu pacientemente, mas suspirou com pesar. “Sinto muito, Sr. Rogers”, disse ela, com uma voz apologética. “Com a tempestade que se aproxima, nossa equipe de resgate não poderá sair até que tudo esteja limpo. É muito perigoso neste momento”

Advertisement
Advertisement

Alan agradeceu, mas seu coração afundou ao desligar. A neve estava caindo mais rápido, mais espessa, e o frio estava penetrando em cada fenda e rachadura de sua velha casa. Ele olhou para o gato do lado de fora, ainda debruçado sobre seu tesouro escondido.

Advertisement

Não havia tempo a perder; a tempestade só iria piorar, e o gato, juntamente com o que quer que estivesse protegendo, não duraria a noite em condições tão brutais. A ideia de eles congelarem lá fora o perturbava profundamente.

Advertisement
Advertisement

Alan sabia que não podia ficar de braços cruzados. Ele se agasalhou mais uma vez, sua determinação superando o medo. Ele caminhou pela neve até o galpão do quintal, com o vento batendo em seu rosto enquanto vasculhava suas ferramentas e suprimentos.

Advertisement

Ele precisava de algo – qualquer coisa – que pudesse atrair o gato para longe sem provocá-lo. Ideias malucas giravam em sua mente enquanto ele examinava as prateleiras desordenadas. Seus olhos então caíram em um velho brinquedo de varinha com penas que pertenceu ao gato de um vizinho anos atrás.

Advertisement
Advertisement

Ele pensou brevemente em jogá-lo para distrair o gato, achando que poderia despertar alguma curiosidade ou brincadeira. Mas o brinquedo estava quebradiço com a idade e ele temia que o gato o visse como uma ameaça ou até mesmo o ignorasse completamente.

Advertisement

Outro plano incompleto se formou enquanto ele olhava para uma mangueira de jardim enrolada. E se ele borrifasse o chão perto do gato para fazê-lo recuar? Mas a ideia de transformar a água em manchas de gelo o fez reconsiderar rapidamente.

Advertisement
Advertisement

A última coisa que ele precisava era criar um perigo escorregadio no frio congelante. Alan sentiu a frustração aumentar. Todas as ideias pareciam não dar certo, ou eram impraticáveis ou potencialmente prejudiciais. A neve estava caindo com mais força agora, girando em rajadas ferozes que picavam sua pele.

Advertisement

Ele fechou os olhos, respirou fundo e se firmou contra a onda crescente de pânico. Tinha que haver uma maneira de fazer isso. Alan ficou olhando pela janela, sentindo o peso da situação pressionando-o. Ele sabia que precisava de uma abordagem diferente.

Advertisement
Advertisement

Ele sabia que precisava de uma abordagem diferente. Ele olhou para o gato novamente, estudando seu pelo emaranhado e seu corpo magro. O gato parecia frágil e fraco, tremendo incontrolavelmente no frio brutal. Uma ideia surgiu em sua mente – talvez ele pudesse atrair o gato com comida.

Advertisement

Alan correu para dentro de casa, indo direto para o freezer. Ele pegou um saco de atum enlatado, esperando que o cheiro sedutor pudesse atrair o gato para longe. Envolvendo a mão em um cobertor grosso para se proteger de possíveis mordidas, ele se moveu rapidamente para a cozinha, sua determinação endurecendo a cada passo.

Advertisement
Advertisement

Ele remexeu na despensa até que sua mão pousou na caixa de lata de atum. Ele rapidamente esvaziou o conteúdo da lata em um prato. O aroma pungente do atum rapidamente encheu o ar, enchendo o espírito de Alan de esperança. Ele pegou o prato com cuidado e entrou na noite gelada, enfrentando os elementos com determinação renovada.

Advertisement

Ao se aproximar do gato, Alan se moveu com uma lentidão deliberada, atento para não assustá-lo. Ele colocou o atum ao alcance do gato, com o cheiro forte flutuando entre eles. O nariz do gato se contraiu, captando o cheiro, mas ele permaneceu no lugar, com os olhos ainda fixos no que estava embaixo dele.

Advertisement
Advertisement

Sem se deixar abater, Alan continuou a deixar um rastro de atum, cada pedaço levando gradualmente em direção ao galpão. Ele se moveu metodicamente, com a respiração embaçada no ar, colocando um peixe após o outro até chegar à entrada do galpão.

Advertisement

Então, ele se retirou, com o coração batendo forte, para observar da segurança de sua casa. Olhando pela janela, a ansiedade de Alan aumentou quando ele observou o gato. Ele não havia se movido, ainda encolhido protetoramente sobre sua carga escondida. A dúvida o atormentava – teria ele falhado novamente?

Advertisement
Advertisement

Os minutos se estendiam, cada um parecendo uma eternidade enquanto a neve girava mais furiosamente ao redor deles. Mas então, um pequeno movimento chamou a atenção de Alan. A cabeça do gato se levantou ligeiramente, suas narinas se dilataram enquanto ele farejava o ar, o cheiro das salsichas finalmente chegando até ele.

Advertisement

Lentamente, com cautela, ele avançou, movido pela fome. Ele pegou o primeiro peixe, mastigando-o avidamente, depois fez uma pausa, avaliando a situação. Pouco a pouco, o gato seguiu a trilha, com movimentos cuidadosos e deliberados.

Advertisement
Advertisement

Alan observou com a respiração suspensa, sentindo uma mistura de alívio e tensão enquanto o gato comia cada pedaço de atum. O animal parecia ficar mais ousado a cada mordida, a atração da comida superando sua cautela inicial.

Advertisement

Finalmente, o gato alcançou o limite do galpão. Funcionou! O gato, movido pela fome, havia se afastado do local que guardava tão ferozmente. Alan exalou, sentindo um alívio pequeno, mas profundo, ao ver o gato alcançar o prato de atum que estava no galpão.

Advertisement
Advertisement

Quando o gato alcançou o prato de peixe dentro do galpão, Alan se moveu rapidamente, fechando a porta atrás dele para proteger o animal da neve implacável. Ele parou por um momento, com o coração ainda acelerado, antes de voltar sua atenção para o que o gato estava guardando tão ferozmente.

Advertisement

Alan se aproximou do local com receio, a neve rangendo sob os pés à medida que ele se aproximava. Os sons fracos e estranhos ainda eram audíveis, abafados e quase assombrosos no silêncio da tempestade. Sua mente estava acelerada, cada passo o aproximava da resposta.

Advertisement
Advertisement

Ele se ajoelhou e ficou com a respiração presa ao remover cuidadosamente a fina camada de neve que cobria as criaturas. Para sua surpresa, a criatura por trás dos estranhos ruídos que haviam assustado Alan anteriormente não era um gatinho.

Advertisement

Em vez disso, eram dois filhotes de cachorro minúsculos, com a pelagem emaranhada e molhada pelo frio. Eles olharam para ele com olhos arregalados e agitados, com seus corpos pequenos e redondos tremendo levemente. O coração de Alan se encheu de alívio e admiração.

Advertisement
Advertisement

Gentilmente, Alan pegou os filhotes em um cobertor quente, embalando-os contra seu peito. Ele correu para dentro de casa, consciente do estado delicado deles, e os colocou em uma caixa aconchegante perto da lareira, onde o calor ajudaria a reanimá-los.

Advertisement

Seus pensamentos voltaram rapidamente para o pobre gato. Alan voltou ao galpão, com a respiração embaçada pelo frio intenso. O gato estava caído no chão, com os olhos semicerrados e o corpo imóvel, sua determinação anterior agora substituída pela exaustão total.

Advertisement
Advertisement

A pulsação de Alan se acelerou; o gato tinha claramente dado tudo de si para proteger os filhotes e agora estava à beira do colapso. Ele se ajoelhou ao lado do gato, com as mãos trêmulas, enquanto procurava gentilmente por sinais de vida. A respiração do gato era superficial, seu corpo estava fraco e não respondia.

Advertisement

O frio intenso e a tensão implacável haviam cobrado seu preço. O coração de Alan doeu quando ele percebeu que a condição do gato era terrível – ele havia se sacrificado tanto para manter os filhotes em segurança. O pânico ameaçou tomar conta de Alan enquanto ele acariciava o pelo emaranhado do gato.

Advertisement
Advertisement

Ele não conseguia suportar a ideia de perder o gato agora, não depois de tudo o que ele havia feito. Alan levantou o gato com cuidado, embalando sua forma frágil em seus braços, e o levou para dentro de casa, esperando que o calor de sua casa fosse suficiente para salvá-lo.

Advertisement

Alan gentilmente colocou o gato perto da lareira, envolvendo-o firmemente em um cobertor grosso. O calor do fogo encheu o cômodo, mas pareceu fazer pouco pelo gato, cuja respiração continuava difícil e superficial.

Advertisement
Advertisement

Alan observou, impotente, a condição do gato continuar a se deteriorar, seus olhos, antes alertas, agora mal se abriam, piscando com os mínimos sinais de vida. O medo de perder o gato o dominava, a ideia de que ele morresse depois de proteger bravamente os filhotes era insuportável.

Advertisement

Alan andava de um lado para o outro na sala, sua mente correndo em busca de uma solução. Ele sabia que o resgate de animais não chegaria a tempo – a tempestade havia se encarregado disso. O relógio estava correndo, cada segundo que passava era um lembrete de como a situação havia se tornado crítica.

Advertisement
Advertisement

Ele pegou o telefone, com as mãos trêmulas, e ligou para seu amigo, o veterinário local. “Você tem que me ajudar, por favor”, Alan implorou. O veterinário, reconhecendo a gravidade da situação, respondeu imediatamente. “Traga o gato para cá, Alan. Vou deixar tudo pronto”, respondeu ele.

Advertisement

Determinado, Alan embrulhou o gato mais uma vez, tomando cuidado para proteger seu corpo frágil do frio cortante. Ele o carregou até a caminhonete, cada passo parecia pesado enquanto o vento uivava ao seu redor e os flocos de neve picavam seu rosto.

Advertisement
Advertisement

Alan se moveu rapidamente, recolhendo os filhotes e enrolando o gato firmemente no cobertor, com seu corpo frágil ainda tremendo. Alan correu para fora, lutando contra o vento forte enquanto os colocava em seu carro, prendendo-os gentilmente no banco do passageiro.

Advertisement

Alan mal teve tempo de fechar a porta do passageiro antes de sua bota bater em um pedaço de gelo escondido. Suas pernas saíram voando de debaixo dele e ele bateu no chão com um baque doentio. A dor foi instantânea, ofuscante e elétrica, atravessando a parte inferior de suas costas como uma faca de fogo.

Advertisement
Advertisement

Ele ficou atordoado, com o rosto enterrado na neve, incapaz de respirar por um momento. Quando tentou se mover, uma agonia branca tomou conta de sua coluna. Algo estava errado. Muito errado. O gato mal estava vivo, os filhotes tremiam no banco de trás – e ele estava quebrado, indefeso, descartado pela tempestade.

Advertisement

Ele gritou, mas o vento arrancou o som de sua garganta. “Socorro!”, ele gritou novamente, rouco, frenético – mas era como gritar para o vazio. A neve rodopiava violentamente ao seu redor. Seu telefone – a única salvação – estava trancado dentro do carro, brilhando fracamente no painel. A poucos metros de distância. Mas inalcançável.

Advertisement
Advertisement

Lágrimas picaram seus olhos – não pela dor, mas pela impotência crua e sufocante. Se ele não se mexesse, o gato morreria. E ele também. Ele forçou os cotovelos sob si, ofegante. Cada respiração o apunhalava. Cada nervo se rebelava. Mas ele se arrastou para a frente – um centímetro agonizante de cada vez – porque tinha de fazê-lo. Seus dedos arranharam a neve e a lama.

Advertisement

Seus dedos arranharam a neve e a lama. O frio o mordia, entorpecendo a carne e roubando-lhe a força. Ele alcançou a porta do carro e bateu na maçaneta com as mãos congeladas. A porta se abriu com um rangido. Com um último puxão alimentado pelo desespero, ele se arrastou pela soleira da porta. Finalmente, dentro do carro.

Advertisement
Advertisement

Alan desabou sobre os assentos, ofegante, gemendo enquanto a dor voltava a se manifestar. Sua visão ficou embaçada. A respiração do gato estava mais fraca agora, um pequeno sopro contra o cobertor. Ele procurou o telefone, com as mãos tremendo incontrolavelmente. Ele digitou o número de emergência. “Rota 6… caída… ferido… gato…” Sua voz mal era um sussurro.

Advertisement

Tudo girava. A tempestade lá fora se transformou em cinza. Ele encostou a cabeça no volante, forçando os olhos a permanecerem abertos. “Ainda não”, ele murmurou. “Ainda não…” Seu corpo implorava pela inconsciência, mas sua vontade se agarrava à borda, recusando-se a soltá-la. Eles precisavam dele acordado. Só mais um pouco.

Advertisement
Advertisement

Então – luzes. Vermelho intermitente. Um grito de sirene, cortando a noite. A porta do carro se abriu. O rosto de um paramédico apareceu, em um turbilhão de movimentos e ar frio. Alan não conseguia levantar a cabeça. Mal conseguia respirar. Mas ele moveu uma mão trêmula em direção ao cobertor. “Salve-os”, ele gritou. “Por favor… salve-os…”

Advertisement

A escuridão o tomou. Quando a consciência voltou, o mundo estava muito branco, muito brilhante. Os monitores do hospital emitiam bipes suaves ao lado dele. Alan piscou, com a garganta seca, a dor ainda gritando em suas costas. Uma enfermeira se inclinou com olhos gentis. “Você está seguro agora”, disse ela. Ele mal conseguiu falar. “O gato… os filhotes…” Sua voz ficou trêmula.

Advertisement
Advertisement

“Eles estão bem”, disse ela gentilmente. “O veterinário veio. Eles estão vivos e melhorando agora.” Alan exalou um fôlego que não sabia que estava segurando. Ele fechou os olhos, as lágrimas escorrendo pelas têmporas. Ele os havia salvado. De alguma forma. Contra a tempestade, contra seu próprio corpo quebrado – ele os havia salvado. Isso era tudo o que importava.

Advertisement

Quando Alan recebeu alta do hospital, a primeira coisa que fez foi visitar o veterinário para onde o gato e os filhotes haviam sido levados. O coração de Alan se animou quando viu o gato acordado, com os olhos não mais vidrados, mas cheios de luz. Assim que o gato viu Alan, começou a ronronar fracamente e se levantou, indo até ele.

Advertisement
Advertisement

Alan se ajoelhou, acariciando gentilmente a cabeça do gato enquanto ele se inclinava para ele, com um gemido suave escapando de seus lábios. O gato lambeu sua mão, sua gratidão e afeição eram palpáveis. Alan ficou com os olhos marejados ao perceber como o gato quase sacrificou sua vida pelos filhotes.

Advertisement

O veterinário se juntou a Alan e juntos fizeram os preparativos para que os filhotes fossem transportados para um abrigo de resgate de animais. O veterinário garantiu a Alan que o abrigo forneceria os cuidados necessários para que eles recuperassem a saúde e depois ajudaria na adoção.

Advertisement
Advertisement

Nos dias seguintes, Alan visitou o consultório do veterinário regularmente, verificando o gato enquanto ele recuperava suas forças lentamente. A cada visita, o gato cumprimentava Alan com energia renovada e eles passavam algum tempo juntos, com a presença de Alan sendo um conforto constante para o animal em recuperação.

Advertisement

O vínculo entre Alan e o gato se aprofundava a cada dia que passava. Alan, que antes hesitava em abrir seu coração novamente, sentiu-o inchar com um senso renovado de propósito e conexão. A bravura e a natureza gentil do gato haviam mexido com o coração do idoso.

Advertisement
Advertisement

Enquanto o gato se recuperava e se preparava para receber alta, Alan sabia que não poderia se separar dele. Ele conversou com o veterinário, expressando seu desejo de adotar o gato, e o veterinário apoiou sua decisão de todo o coração. Alan assinou os papéis de adoção, sentindo uma alegria que não conhecia há anos.

Advertisement

Alan batizou o gato de Scout, um tributo ao seu espírito vigilante e à coragem que ele havia demonstrado. Scout se instalou na casa de Alan como se sempre tivesse pertencido a ela, sua presença enchendo a casa até então vazia de calor e companheirismo.

Advertisement
Advertisement

Alan e Scout rapidamente se tornaram inseparáveis. Alan sentiu uma sensação de renovação, um novo capítulo se desenrolando. A tempestade que antes parecia tão assustadora havia, no final, lhe trazido o maior presente – um amigo amoroso e um companheiro para ele.

Advertisement