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A quarenta metros de distância, a silhueta negra de um enorme urso emergiu da linha das árvores. Mike ficou com a respiração presa na garganta, com o pulso acelerado enquanto a luz da lua revelava os músculos e os olhos brilhantes. O telefone em sua mão trêmula escorregou, o terror o enraizou no local.

Sua mente gritava para correr, mas o pavor o prendia. A criatura emitiu um ruído baixo, sinalizando um aviso terrível. As rotas de fuga de Mike pareciam mínimas na escuridão densa. Seus sentidos se aguçaram quando a adrenalina começou a correr em suas veias.

Um silêncio não natural tomou conta da floresta, como se o mundo estivesse prendendo a respiração. O coração de Mike batia forte quando ele ficou de frente para o urso. Uma investida poderia acabar com tudo. Mesmo assim, ele ficou ali, desarmado e sozinho, rezando para que seu próximo movimento não fosse o último.

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Mike Holden cresceu em uma cidade pequena, cercada por florestas densas e rios sinuosos. Quando criança, ele aprendeu a navegar pela floresta com seu avô, um velho guarda florestal com inúmeras histórias para compartilhar. O amor de Mike pela vida ao ar livre o transformou em um homem humilde e observador.

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Agora, com vinte e poucos anos, Mike trabalhava no Clearwater Inn, um hotel modesto próximo a uma rodovia que cortava aquela floresta familiar. Os hóspedes chegavam para um retiro tranquilo ou para uma parada de negócios. Mike os recebia com um sorriso caloroso, enquanto sonhava com grandes aventuras além da rotina diária.

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Seu turno começava no final da tarde e se estendia até a meia-noite. Todas as noites, ele preparava o balcão de check-in, classificava as solicitações de reserva e atendia a pequenas reclamações. O trabalho não era glamouroso, mas o mantinha ligado ao lugar que sempre chamou de lar.

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Mike encontrou conforto nos ritmos lentos do hotel. Ele ouvia o zumbido das conversas ecoando no saguão, o tilintar das chaves e o chiado da máquina de café. Apesar de seu desejo de agitação, ele sentia uma gratidão sutil por seu emprego estável e colegas de trabalho amigáveis.

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Mais cedo nesse dia, Mike fez alguns recados na cidade antes de começar seu turno. Ele foi ao supermercado, enviou uma carta para o primo e fez uma pequena caminhada por uma trilha arborizada. Ele sempre inspirava profundamente quando sentia o cheiro de pinho, lembrando-se de suas aventuras na infância.

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Ele ligou para sua melhor amiga Nicole para confirmar a viagem de acampamento que fariam no próximo fim de semana. Nicole era uma alma destemida, sempre zombando de sua natureza cautelosa. Ela o provocava sobre os mistérios selvagens que se escondiam na floresta, embora fosse ela quem adorava riscos.

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Ao anoitecer, Mike foi para o trabalho. A noite começou sem intercorrências, com apenas um punhado de hóspedes para fazer o check-in. Ele entregou toalhas extras no quarto 205 e substituiu uma lâmpada piscando no corredor, tentando se manter ocupado enquanto a noite se desenrolava lentamente ao seu redor.

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Por volta das nove horas, o saguão ficou assustadoramente silencioso. Mike verificou novamente as portas, certificando-se de que estavam seguras. Um vento fraco agitava os vidros. Uma sensação inquietante subiu por sua espinha, embora ele a tenha ignorado como o silêncio típico de um hotel quase vazio.

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Por volta das onze horas, Mike decidiu sair para tomar um pouco de ar fresco e dar um telefonema rápido para Nicole. Ele sentiu a necessidade de conversar sobre os planos dela para a noite e, talvez, fazer uma piada sobre as criaturas da floresta que, segundo ela, perambulavam pela região selvagem e escura ao redor deles.

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Ele entrou pela saída dos fundos e parou sob um holofote piscante. O cascalho rangia sob seus tênis enquanto ele andava, com o telefone pressionado ao ouvido. O ar estava gelado e os bosques ao redor pareciam grandes, com sombras que se distorciam além do alcance da luz fraca.

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Nicole atendeu no terceiro toque, parecendo meio distraída. Mike brincou com ela, dizendo que estava enfrentando a noite sozinho. Ela riu, lembrando-o de não se demorar muito, pois ele tinha um turno para voltar. Ele soltou um suspiro, balançando a cabeça enquanto olhava para os sapatos e foi então que algo se moveu na borda de sua visão.

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Seus olhos se voltaram para a linha das árvores. Uma forma escura emergiu da vegetação rasteira, maciça e inconfundível. A respiração ficou presa em sua garganta. Ele congelou no meio da frase, com o telefone ainda no ouvido. A apenas quinze metros de distância estava um urso, avançando silenciosamente em sua direção.

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O instinto imediato de Mike foi correr, mas suas pernas se recusaram a se mover. O urso entrou na penumbra, revelando uma silhueta de músculos e pêlos. O telefone quase escorregou de suas mãos suadas. Ele conseguiu sussurrar alguma coisa, mas Nicole não conseguiu ouvir.

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Ele percebeu que o urso estava segurando algo na boca. Seu coração batia forte enquanto tentava identificá-la. A forma estava pendurada, manchada com uma mancha escura. Sua mente girava. Alguém poderia estar ferido. Um calafrio o percorreu. O urso continuava avançando com firmeza.

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Mike se obrigou a recuar, um passo de cada vez. Mas, em seu terceiro passo, seu calcanhar ficou preso em um pedaço de cascalho solto. Ele caiu com um baque, batendo no chão com força. O telefone voou de sua mão, deslizando para fora da vista. Seu corpo inteiro ficou tenso.

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Ele se preparou para um ataque, com o coração batendo forte em seus ouvidos. Mas, em vez disso, o urso parou a poucos metros de distância, abaixando a cabeça. Com cuidado, ele soltou o objeto de suas mandíbulas. No brilho fraco, Mike viu uma peça de roupa rasgada, com manchas vermelhas.

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O animal colocou o tecido no colo de Mike e depois se virou de volta para a floresta. Confusão e terror lutavam no peito de Mike. Ele olhava fixamente para o tecido, com a adrenalina em alta. O urso olhou por cima do ombro, como se estivesse pedindo que ele o seguisse.

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Será que essa fera estava pedindo ajuda? Mike se esforçou para entender o que estava acontecendo. Ele pegou o telefone que estava ao seu alcance, enfiou-o no bolso sem terminar a ligação e, em seguida, levantou-se lentamente. O urso começou a se afastar em direção às árvores.

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Parte dele gritava para correr para dentro de casa, trancar as portas e esquecer esse encontro surreal. Mas algo na maneira de agir do urso o atraía. Ele não podia abandonar o que poderia ser uma pessoa em perigo. Acalmando-se, Mike o seguiu – cada nervo de seu corpo em alerta máximo.

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Ele entrou na borda da floresta, com o brilho fraco do holofote do hotel se dissipando. Galhos retorcidos balançavam no alto, lançando sombras dançantes no chão. O urso o conduziu mais adiante, sem nunca olhar para trás. A cada passo, Mike questionava sua sanidade, imaginando os dentes do urso se aproximando.

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No entanto, a criatura parecia estranhamente calma. Seus ombros maciços rolavam sob uma pele grossa e, de vez em quando, ele fazia uma pausa como se estivesse esperando por Mike. O medo ainda o dominava, mas um lampejo de determinação tomou forma. Ele engoliu com força e se aprofundou na floresta iluminada pela lua.

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Chegou a uma pequena clareira, onde os raios de luar atravessavam as copas das árvores. O chão da floresta era irregular, emaranhado com raízes e pedras. Mike quase tropeçou duas vezes, assombrado pela possibilidade de que um predador repentino pudesse saltar. Ele desejou ter uma lanterna ou alguma proteção.

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Cada farfalhar de folhas era enervante, cada estalo de galho aumentava a pulsação de Mike. Ele se lembrou dos avisos que havia recebido sobre as criaturas da floresta, e agora eles pareciam assustadoramente reais. O urso poderia se voltar contra ele a qualquer momento ou, pior ainda, outras feras poderiam estar à espreita nas sombras distorcidas além de sua visão.

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A respiração de Mike ficou embaçada com o frio. Ele se perguntou se seguir essa criatura seria um erro grave. No entanto, algo o impeliu a seguir em frente, mesmo quando sua coragem diminuiu. Um gemido fraco foi ouvido no ar frio. O urso parou embaixo de um carvalho imponente, com a postura rígida e o olhar fixo em um ponto além de uma moita de espinheiros.

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Afastando a folhagem, Mike descobriu um buraco estreito meio escondido pelas folhas. No fundo estava um homem, com os braços agitados em gestos silenciosos e frenéticos. Seu rosto era branco como giz e suas roupas estavam esfarrapadas. No momento em que Mike se inclinou, o urso soltou um rosnado, com as orelhas achatadas e os músculos tensos.

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Era como se a criatura se arrependesse de ter permitido esse desvio, como se o homem no poço não fosse o verdadeiro motivo pelo qual ela havia guiado Mike até a floresta. A preocupação se misturou à confusão. Por que trazê-lo aqui se o urso claramente desaprovava qualquer resgate?

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Mike engoliu e se forçou a se aproximar da borda do poço. “Ei!”, ele gritou, com a voz embargada pelo medo. “Espere um pouco. Você está machucado?”, o homem grunhiu com os dentes batendo, os olhos arregalados e vidrados. “Armadilha… fiquei preso.” Seus dedos arranhavam as paredes de terra. “Por favor, me ajude… acho que estou sangrando.”

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Mike estremeceu com o rosnado renovado do urso, mas se manteve firme. “Vou tentar”, garantiu, procurando por algo resistente para estabilizar sua descida. Para o homem, ele acrescentou mais calmamente: “Não se mova muito. Vou dar um jeito” Um acesso de tosse assolou o estranho. “Rápido”, ele conseguiu, com a voz trêmula.

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Mas o urso arreganhou os dentes, olhando de Mike para o homem ferido como se estivesse emitindo um aviso: esse poço não fazia parte do plano. Mike se sentiu dividido. A compaixão exigia que ele ajudasse o homem, mas a agitação do urso sugeria um perigo maior.

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Cautelosamente, Mike testou um galho grosso para se alavancar, ignorando a tensão crescente que se espalhava pela noite. A floresta ficou em um silêncio perturbador. Nenhuma palavra vinha do fosso, apenas suspiros roucos e respiração irregular. Desesperado para manter o urso calmo, Mike murmurava suaves garantias, embora a dúvida o atormentasse.

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Cada vez que ele se aproximava mais, o urso se encolhia e os lábios se curvavam para trás. Mike não conseguia decifrar o motivo. O urso o havia arrastado para cá com outro propósito? Esse estranho ferido fazia parte de algo maior – uma armadilha ou um ardil? A mente de Mike girava.

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Ele se encolhia a cada estalo de galhos, ciente do potencial de aparecimento de outros predadores. Enraizado na incerteza, ele pressionou a alavanca improvisada contra as mandíbulas enferrujadas da armadilha, com o suor se acumulando em suas têmporas.

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O urso permaneceu, bufando nervosamente, ocasionalmente arranhando o chão, como se estivesse incitando Mike a se afastar do fosso. Cada batida do coração martelava a questão: ele deveria ignorar a situação do homem ou confiar nos instintos da criatura?

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Então veio o estalo agudo de outro galho ao longe. O urso virou a cabeça para trás, soltando um aviso gutural que parecia destinado tanto a Mike quanto à ameaça invisível além das árvores. Mike prendeu a respiração, sentindo o delicado equilíbrio entre compaixão e sobrevivência. Um passo em falso poderia transformar a noite em um verdadeiro horror – e ele tinha apenas alguns segundos para decidir.

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Então, em meio ao farfalhar das folhas, uma voz suave e trêmula soou no ar da noite. “Onde ele está?” As palavras, embora abafadas, fizeram com que um choque de reconhecimento percorresse Mike. Ele conhecia aquela voz.

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O alívio lutou contra o medo em seu peito. Nicole estava aqui. Será que ela realmente havia se aventurado na escuridão sozinha, seguindo um chamado que ela deve ter percebido que estava repleto de perigo? Mike engoliu novamente, com força.

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Ele chamou o nome dela, primeiro suavemente, depois mais alto. “Nicole! Aqui!” Ele se afastou do poço, mas cada movimento parecia arriscado. O urso se retesou, deslocando seu poderoso corpo como se estivesse pronto para se defender – ou para qualquer outra coisa.

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Por um momento, Mike se perguntou se estava errado sobre as intenções da criatura. Talvez tê-lo trazido até aqui tenha sido uma coincidência, um acaso de curiosidade. Seu pulso acelerou quando ele olhou entre as sombras e a forma maciça ao seu lado.

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Nicole emergiu de trás de um grupo de pinheiros, sem fôlego, com o telefone agarrado em uma das mãos como se fosse uma tábua de salvação. A luz tênue da lua revelou seus olhos arregalados e preocupados e a tensão que lhe apertava os ombros.

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Ela avistou Mike e exalou audivelmente, com o alívio inundando seu rosto. “Mike, oh meu Deus. Você está bem?”, perguntou ela, com a voz trêmula. Ela deu um passo à frente, mas congelou quando viu o urso a poucos metros de distância dele.

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Por um breve e elétrico batimento cardíaco, o urso fixou os olhos em Nicole. Seu ronco se aprofundou, ressoando pela clareira como um trovão. Nicole se enrijeceu, o medo irradiando de cada centímetro dela. Ela levantou a mão livre, como se fosse uma tentativa de se proteger. Os instintos de Mike se acenderam, uma onda protetora que o impulsionou entre Nicole e o animal eriçado.

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“Afaste-se!”, ele sussurrou para Nicole, estendendo um braço para mantê-la atrás dele. Ele levantou a outra mão com cuidado, tentando não parecer ameaçador para o urso. Cada fração de segundo parecia crucial. Um movimento errado, uma ameaça percebida, e a situação poderia explodir em violência. Seu coração martelava enquanto ele implorava silenciosamente para que o urso não atacasse.

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Por um momento angustiante, o olhar do urso se deslocou de Nicole para Mike e depois para trás. Sua postura demonstrava incerteza, como se estivesse lutando contra os instintos de luta ou fuga. Mike se viu respirando em rajadas superficiais, com a mente girando em torno de cada possibilidade aterrorizante: o urso poderia atacar, Nicole poderia gritar ou alguma outra coisa na floresta poderia atacá-los.

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Mike colocou lentamente a mão no peito, chamando a atenção do urso. “Calma”, ele sussurrou roucamente, com a voz trêmula. “Não estamos aqui para machucá-lo. Estamos apenas… tentando ajudar” Ele duvidava que o urso pudesse realmente entender, mas esperava que ele reconhecesse seu comportamento calmo. Por trás de suas palavras, seus pensamentos se agitavam: “Você me trouxe até aqui.”

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Quase imperceptivelmente, o urso começou a se acalmar. O profundo estrondo em sua garganta se acalmou, diminuindo em uma respiração tensa que embaçou o ar frio. O urso passou seu enorme peso de uma pata para a outra, aparentemente confuso.

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Mike sentiu que o impasse havia chegado a uma encruzilhada. Recusou-se a se mover, desejando que sua presença agisse como uma barreira a qualquer reação precipitada do urso ou de Nicole. Então, a tensão diminuiu como uma corda esticada que se desenrola lentamente.

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O focinho do urso se abaixou ligeiramente. Suas orelhas se contorceram, não mais presas para trás. Mike exalou um suspiro trêmulo que não havia percebido que estava segurando. Mantendo a postura neutra, ele avançou com cuidado. O urso permitiu que ele diminuísse a distância sem rosnar ou dar sinais de agressividade.

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Mike inclinou a cabeça na direção dela, com o alívio se misturando ao medo persistente. “Acho que está tudo bem”, ele sussurrou, embora não tivesse certeza absoluta de suas próprias palavras. O urso fixou o olhar nos dois, depois virou a cabeça enorme para a vegetação rasteira onde o homem ferido – ou o homem que parecia ferido – permanecia.

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Ele parecia quase impaciente, como se dissesse: “Nosso tempo é limitado. Ainda há perigo por perto. Nicole engoliu, aproximando-se de Mike. “Eu ouvi você no telefone, ouvi você dizer algo sobre um poço e uma armadilha… Esse urso, ele o trouxe até aqui?

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Suas palavras saíram em uma confusão silenciosa. Mike assentiu minuciosamente com a cabeça, mantendo a maior parte de sua atenção na postura do urso. “Sim”, ele conseguiu, “ele me trouxe direto para aquele pobre coitado” Pelo menos, foi o que ele pensou alguns minutos atrás, quando o pânico e a empatia tomaram conta da situação. Mas agora, a incerteza o atormentava.

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De repente, um farfalhar de vento sacudiu os galhos acima da cabeça. Mike e Nicole ficaram tensos novamente, com os instintos gritando que os predadores poderiam estar em qualquer lugar, especialmente em uma floresta tão densa. Por um breve segundo, Mike imaginou uma matilha de lobos ou outro urso à espreita na escuridão, atraído pelo cheiro de sangue. Será que esse urso os protegeria ou simplesmente fugiria?

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Mas o urso parecia muito mais interessado na direção do poço do que em qualquer nova ameaça. Ele inclinou o corpo, soltando um breve bufo, como se estivesse impaciente para que Mike retomasse o que estava fazendo antes de Nicole chegar.

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Seja por alguma inteligência primordial ou qualquer outra coisa, ele não reconheceu nenhum perigo imediato da presença dela agora que Mike havia intervindo. Nicole foi cuidadosamente para o lado de Mike, cada movimento deliberado e cauteloso. “Você chamou a polícia?” Mike sussurrou. Ela acenou com a cabeça. “Os Rangers também. Eles devem estar a caminho.”

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Sentindo-se um pouco mais corajoso com Nicole ao seu lado e com a agressividade do urso arrefecendo, Mike se arrastou de volta para a borda do poço. Ele olhou para baixo para confirmar que o homem ainda estava lá – e ainda vivo. A figura se mexeu ligeiramente, soltando um gemido abafado.

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A adrenalina voltou a subir em Mike, reorientando-o para a crise imediata. Esse homem precisava de ajuda – ou assim ele acreditava. Ele pegou a corda perto de seus pés, planejando terminar o que havia começado.

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Ele deslizou a corda para dentro do poço, chamando gentilmente o homem ferido. Nicole segurava a corda por trás, seu olhar se voltava para o urso a cada poucos segundos. Mas agora, o animal estava de guarda, ocasionalmente farejando o ar como se estivesse atento a predadores ou a qualquer ameaça que pudesse interromper o resgate.

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Aos poucos, eles o tiraram do fosso. Assim que ficou livre, o homem rolou para o chão, respirando pesadamente. A luz da lua revelou uma figura escura, com roupas rasgadas e sujas de terra. Mike notou que sua perna parecia não estar ferida, apesar de seus gritos anteriores.

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Antes que Mike pudesse fazer perguntas, o estranho se levantou com uma facilidade surpreendente. Ele abriu uma faca, com a lâmina captando o brilho prateado. Nicole ofegou e deu um passo para trás. A expressão do homem se transformou em algo malévolo. “Obrigado pela ajuda”, ele rosnou, balançando a arma.

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O medo explodiu nas entranhas de Mike. Esse homem não era uma vítima – ele havia fingido estar ferido. A armadilha era real, mas talvez não tão perigosa quanto parecia. O sorriso do estranho era de arrepiar. Nicole levantou as mãos na defensiva, tentando proteger Mike. O urso emitiu um rosnado baixo.

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“Mexam-se!”, gritou o homem. Ele fez sinal para que avançassem na escuridão, desviando-os da trilha fraca. O urso se manteve à distância, ficando para trás como se não tivesse certeza do que fazer. O coração de Mike martelava. Ele amaldiçoou sua própria impotência, sem saber como escapariam dessa farsa mortal.

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Mais fundo na floresta, eles chegaram a um acampamento improvisado. As barracas se erguiam entre os troncos das árvores, iluminadas por lanternas fracas. Várias pessoas vestidas com equipamentos robustos os olhavam com desconfiança. Perto da maior tenda, uma pequena gaiola continha algo que gemia – a forma de um filhote de urso assustado.

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A garganta de Mike se apertou. Isso explicava as ações do urso adulto. A pobre criatura queria ajuda para libertar seu filhote. Eram caçadores ilegais, um grupo perverso que explorava a vida selvagem para obter lucro. O filhote se encolheu na gaiola, com as orelhas abaixadas de terror. Mike olhou de relance para a mãe ursa.

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O urso mostrou os dentes enquanto um dos caçadores levantava uma arma. Um segundo homem agarrou Nicole pelo braço, puxando-a em direção às tendas. O homem com a faca forçou Mike a ficar ao lado da gaiola, erguendo-se atrás dele, com a lâmina pressionada.

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Mike se esforçou para pensar em um plano. Ele sabia que as autoridades estavam a caminho – Nicole havia mencionado alertar os guardas florestais. Mas quanto tempo levaria para eles chegarem? Ele tinha que empatar, mantê-los vivos. A mãe ursa estava encurralada, seu filhote preso.

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Um dos caçadores furtivos deu ordens para amarrar as mãos de Mike. Nicole tremia, com medo nos olhos, mas tentava não demonstrar pânico. Havia um brilho em sua expressão que sugeria que ela estava pensando, procurando desesperadamente por qualquer chance de se libertar.

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Uma voz áspera murmurou sobre “se livrar” das testemunhas. O sangue de Mike ficou frio. Essas pessoas não hesitariam em machucá-los. Ele deu uma olhada rápida na mãe ursa, que rosnava e andava de um lado para o outro. Se ela atacasse, os caçadores abririam fogo, colocando todos em perigo.

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Ele queria tranquilizar Nicole, mas qualquer movimento poderia provocar seus captores. Outro caçador se aproximou da jaula com um dardo tranquilizante, ameaçando o filhote se a mãe fizesse algum movimento. Mike cerrou a mandíbula, a raiva fervendo sob o medo. Isso era pior do que qualquer pesadelo.

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Os minutos se estenderam como horas. Mike ouvia sua própria pulsação rugir em seus ouvidos. Ele rezou para que os guardas florestais ou a polícia chegassem logo. Um caçador furtivo vasculhou os bolsos de Nicole, retirando seu telefone. Ele xingou baixinho quando viu que ela estava compartilhando sua localização, confirmando que a ajuda externa estava prestes a chegar.

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A tensão se espalhou pelo acampamento quando perceberam que a ajuda poderia estar se aproximando. O caçador líder deu ordens para que arrumassem suas coisas e se mudassem. Outro queria lidar com Mike e Nicole imediatamente. O estômago de Mike se revirou com a ameaça, mas ele notou um lampejo de medo no grupo.

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O tempo parecia estar suspenso, sobrecarregado pela possibilidade de violência. A mãe ursa andava de um lado para o outro, com o focinho levantado, como se estivesse farejando o ar. Ela sentiu que algo se aproximava, algo que poderia alterar o equilíbrio. Mike inalou lentamente, esperando que o confronto final estivesse próximo, rezando por resgate.

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De repente, gritos distantes ecoaram por entre as árvores. O toque de lanternas atravessou a vegetação rasteira. Várias figuras surgiram – guardas florestais uniformizados ao lado de policiais locais. Suas vozes atravessaram a noite, ordenando que os caçadores furtivos se retirassem. O acampamento inteiro se transformou em um caos.

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O caçador com a faca puxou Mike pelo colarinho, tentando usá-lo como escudo. Nicole soltou um grito. Um guarda florestal apontou sua arma de fogo, exigindo que a faca fosse largada. Outro policial os flanqueou, lançando um feixe luminoso que congelou todos no lugar.

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A mãe ursa rugiu, um som ensurdecedor que abalou Mike até o âmago. Dois caçadores furtivos tentaram pegar suas armas, mas os policiais agiram rapidamente, subjugando-os. O homem que havia fingido estar ferido tentou fugir, mas foi agarrado antes que pudesse desaparecer nas sombras.

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Em poucos instantes, o acampamento foi dominado. As autoridades algemaram os captores, confiscando armas e facas. O filhote enjaulado gemia, pressionando o nariz contra as barras. Mike correu para lá, ignorando seus pulsos amarrados, desesperado para confortar a criaturinha assustada. Um policial o ajudou a abrir o cadeado da gaiola.

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Uma vez libertado, o filhote correu para a mãe, que o acariciou protetoramente. Mike ficou aliviado, com lágrimas nos olhos. Os guardas florestais o desamarraram e depois foram ajudar Nicole, que estava tremendo, mas sem ferimentos. Os policiais lhes deram cobertores e os levaram para um lugar seguro.

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Um dos guardas florestais sênior reconheceu Mike da cidade. Ele agradeceu aos dois pela coragem e rapidez de raciocínio, enfatizando que essa rede de caçadores ilegais estava sendo evitada há meses. O chamado deles e a ajuda involuntária do urso levaram a uma apreensão crucial. Mike exalou, sentindo-se tonto.

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Enquanto as autoridades protegiam o local, a mãe e o filhote permaneceram por perto, incertos. O guarda florestal sênior disse que eles providenciariam a realocação ou a soltura adequada. Mike se moveu com cuidado, encontrando o olhar da mãe urso. Ela o encarou por um momento tenso, depois se virou para cutucar o filhote gentilmente.

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Naquela troca silenciosa, Mike sentiu a gratidão da ursa, ou pelo menos um entendimento mútuo. O filhote guinchou, aproximando-se mais da mãe. Juntos, eles percorreram uma pequena distância na floresta, olhando para trás apenas uma vez antes de desaparecerem na escuridão.

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Nicole finalmente se permitiu desabar contra Mike, envolvendo-o em um abraço aliviado. “Pensei que você fosse ser morto”, confessou ela, com a voz trêmula. Mike deu um beijo trêmulo no cabelo dela, agradecendo por tê-lo salvado ao chamar os guardas florestais.

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Um a um, os caçadores ilegais foram levados algemados, furiosos e humilhados. Os guardas-florestais vasculharam o acampamento, descobrindo mais armadilhas, armas ilegais e evidências de tráfico. Mike sentiu uma onda de raiva pela crueldade. Mas, pelo menos naquela noite, a justiça foi feita.

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Nos dias que se seguiram, Mike mal conseguia sair de casa sem se lembrar do pavor daquelas árvores emaranhadas. No entanto, seu apreço pela natureza só aumentou. Ele viu como os animais podiam criar laços extraordinários com os seres humanos, mesmo em circunstâncias terríveis.

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